Artigo de Karime Kamel – Professora do CEPNKA – Escola da FACOP

Pense em um profissional que você admira. Aquele colega ou chefe que influencia as pessoas positivamente, que costuma resolver problemas com maturidade e bom humor, que sabe dar atenção quando alguém precisa. Sabe o que o diferencia dos demais? Este profissional certamente desenvolveu sua habilidade em comunicação. Ele sabe que calibrar as palavras pode ser a diferença entre o sucesso e a mediocridade de qualquer carreira ou negócio. 

Para facilitar o entendimento sobre a melhor forma de se comunicar, vamos separar os comunicadores em 3 grupos, cada qual com um tipo distinto de comunicação: a agressiva, a passiva e a assertiva.

Você já deve ter presumido que a comunicação assertiva é a mais eficiente.  Bingo!

Ela é capaz – se bem usada – de aumentar sua visibilidade profissional, melhorar a convivência com quem te cerca e evitar desentendimentos. Afinal, o grande objetivo da comunicação é o relacionamento, certo?

Entretanto, se não temos maturidade nas relações, inevitavelmente cedemos lugar aos outros dois grupos mencionados acima. Estes, cheios de artimanhas e prejuízos.

A comunicação agressiva quase sempre vem carregada de razão. Quem fala tem perfil autoritário e costuma não dar muita margem para o outro argumentar. O profissional que se comunica dessa forma costuma ouvir, mas não para compreender o outro, e sim para responder.

Sem perceber, se torna um falante que pode até ser ouvido, mas não compreendido, já que a comunicação não termina na voz de quem fala, mas no ouvido de quem ouve. 

O Monge e o Executivo, livro de leitura fácil do autor americano James C. Hunter, mostra bem como a agressividade pode vir disfarçada na fala. Agressividade típica dos que não aceitam o contraditório e só convencem por imposição. Este estilo de comunicação pode intimidar, mas não conquista respeito. Portanto, um estilo egoísta e sem eficiência.

A comunicação passiva também é carregada de desrespeito, mas, neste caso, do comunicador por ele mesmo. Torna-se  “amigável” com seu interlocutor apenas para evitar conflitos, sem perceber que a cada sim que responde, coloca um peso maior nas costas. Com o tempo, o fardo pode se tornar paralisante.

Estudiosos como o médico e escritor Augusto Cury, afirmam que uma das causas da ansiedade é justamente a falta de coragem de dizer não – ou dizer sim – quando gostaríamos. Ser passivo não nos faz mais queridos ou competentes. A passividade na comunicação pode nos tornar invisíveis. O Ministério da Saúde também revela que 10% da população brasileira sofre deste tipo de doença limitante. Assim sendo, creio que você já percebeu que a comunicação passiva é um tipo de comunicação a ser combatida.

Aos profissionais que buscam destaque e reconhecimento, resta trilhar o caminho do meio, longe dos extremos da agressividade e da passividade. Vamos pra lá, então?

Comunicação assertiva é a habilidade que leva o indivíduo a se expressar de forma clara, direta e objetiva. É fazer-se entender sem precisar ser extenso, sem levantar o tom da voz.

Esta capacidade é conquistada não apenas com conhecimentos técnicos sobre oratória, mas, acima de tudo, pelo respeito que o comunicador tem por si e pelas outras pessoas.

O comunicador assertivo tem em mente com exatidão o que deseja, e assim possui mais facilidade para decidir do que pode abrir mão e saber o que é imprescindível numa conversa ou negociação. 

Comunicar-se assertivamente é um desafio enorme em um cenário de pouco autoconhecimento e muito julgamento. É um exercício diário de empatia, foco e vontade de evoluir. E como resultado, diminui a distância entre as pessoas e cria vínculos muito mais relevantes e verdadeiros.

Sobre a comunicação assertiva, podemos refletir com a frase de Nelson Mandela: “Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge seu coração.”

Crédito da imagem: Imagem de Jose R. Cabello por Pixabay